O Blog mais uma vez me serve de diário para mostrar as experiências que vivenciamos com a natureza, paisagens e enfim, com a vida em geral. O 1º Paraíba Birdwatching para nós foi de suma importância para o nosso crescimento como observadores. Conhecemos pessoas, lugares e claro, muitas aves.
Foto Feita em Teixeira-PB próximo a Pedra do Tendor. |
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Lembrando: As fotos possuem direitos autorais. Por favor, não copie sem aviso prévio ou sem a devida autorização!
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O mês de Abril chegou junto de um convite inesperado: participar de um evento de observação de pássaros na cidade de Matureia. Quem foi o autor do convite? O Turismólogo Dorgival Dantas que também foi o incentivador para a realização de um evento pioneiro na Paraíba: o turismo com observação de aves. Como bom marinheiro de primeira viagem que sou, me senti preocupado e cheguei a pensar em não ir. Mas a mão me foi estendida e eu abracei a oportunidade!
A Quinta-feira (dia 17 de Abril) acabara de terminar e a Sexta começara. Eu e meu irmão nos aproximávamos de uma nova experiência: viajar sozinhos e ir pra longe de casa. Arrumamos as malas, entramos no carro e saímos rumo à Patos para encontrar os primeiros companheiros de viagem. No caminho, algumas aves deram as caras, inclusive um Carão (Aramus guarauna) apareceu no meio do asfalto pra nós (pena não termos conseguido fotografá-lo... mas enfim...)! Com mais ou menos 1 hora e meia de viagem estávamos em Patos e depois, bastou mais 20 minutos de espera para sairmos em direção a Matureia na companhia de Frederico Acaz Sonntag e Carminha Learth. Mas antes disso, houve uma parada (que bom que houve!) em Teixeira-PB.
Pedra do Tendor- Teixeira-PB. |
A primeira experiência com fotografia de aves fora da nossa cidade aconteceu em Teixeira, mais especificadamente, na Pedra do Tendor na cia dos novos amigos Carminha e Frederico. A Avifauna foi logo se mostrando e em 5 minutos de parada observamos Sporophila nigricollis, Paroaria dominicana, Empidonomus varius, Volatinia jacarina, Sporophila albogularis e algumas Columbinas.
Vista do Vale direto da Pedra do Tendor. |
Logo que chegamos a Teixeira a altitude começou a se revelar. Isso era visível e sensível no clima e claro, nas paisagens. Tudo era um vale, extenso, verde e bonito.
Como eu havia dito, para o evento, fomos convidados eu e meu irmão (Paulo Bruno Nunes). A primeira vista, a experiência foi nova. A segunda vista também (claro). Porém aos poucos nos acostumamos com o clima mais "sério" da coisa e do meio pro fim, tudo fluiu bem. Não há nada que pague conhecer pessoas novas, lugares novos e espécies novas.
O evento realizou-se de 18- 21 de Abril na cidade de Matureia e teve o Casarão do Jabre como sede. O Casarão é conhecido pela sua história e é guardião de um cenário único que remete uma cultura acentuada e preservada acerca do tema "Nordeste". Durante os primeiros dias, as atividades de observação e demais eventos foram realizadas tanto no Casarão, quanto aos pés do Pico do Jabre que foi com certeza, uma atração incrível do evento.
Antes das atrações do dia 18/04 começarem e minutos após de termos chegado no Casarão, lá estávamos nós procurando o que fotografar. Começamos com um Tiziu e logo depois, houve o chamado do Frederico: vamos passarinhas por ali? E pronto! Começou a "chover pássaro". Se fosse para listar, eu citaria vários Sporophila albogularis (golinho), Sporophila nigricollis (baiano), Tangara cayana (sairá-amarelo), Elaenia chilensis (guaracava-de-crista-branca), Phaeomyias murina (bagageiro), Pachyrambus polychopterus (caneleiro-preto), Synallaxis frontallis (petrim) e etc. Foi aí que descobrimos o quão bom pode ser o play back quando bem usado!
Casarão do Jabre- Matureia-PB. |
Logo no final da tarde do primeiro dia, vem a primeira atração: A ida até a Pedra do Caboclo, um lugar único, lajeado com rochas aparentemente polidas pelas mãos da natureza. Mais uma vez vários Eupidonomus varius apareceram e mostraram-se. Eu estava começando a tomar gosto pela fotografia de plantas, e ao encontrar várias flores, acabei fotografando todas. Logo depois, voltamos ao Casarão do Jabre.
No Segundo dia (19/04), houveram mais atrações de Birdwatching. Era dia de acordar cedo e subir o Pico do Jabre! E eu não estou falando em uma colina ou serra não. Falo de 1.197 m de altura e uma sensação de liberdade e de tocar as nuvens!
Com cerca de 1.197 m de altitude, o Pico de Jabre é de longe uma das grandes maravilhas do Sertão Paraibano. Além da altitude, a riqueza de espécies é algo que chama a atenção, contando com espécies de Caatinga e Mata Atlântica (um exemplo disso foi o avistamento nada previsto de um Florisuga fusca durante uma das trilhas do evento). Com toda esta altura, chegar lá não foi rápido e fácil. Houve uma trilha extensa e um percurso cheio de aves para observar, algumas muito incomuns no bioma da Caatinga.
Houveram duas trilhas: uma pelo percurso pavimentado e outra pelo percurso de mata. Adivinhem qual eu escolhi? Se tá difícil adivinhar, vejam a foto acima. Voltando ao tema, as trilhas foram muito bem frequentadas. Vários participantes se aventuraram em um ambiente totalmente novo com a ajuda de guias conhecedores do terreno e filhos da terra com experiência para dar e vender e claro, conheciam as trilhas do Jabre como a palma da mão.
O que não faltou no caminho foram milípedes (as populares "centopeias"). Eram muitas! Outros insetos também deram as caras (sim, os mosquitos). Mas sem problemas: existem pássaros que gostam de insetos! Então, quanto mais insetos para alimenta-los, melhor.
Logo no começo da subida, a primeira surpresa: Sakesphorus cristatus! A Choca-do-Nordeste. Ave que tanto procurei em Aguiar e nunca encontrei! É a eficiência de um play back bem usado se mostrando para nós! Minutos depois, outra surpresa: Um vulto de um possível Phaetornis sp! Depois disso, foi surpresa atrás de surpresa: Synallaxis scutata, Dendroplex picus, Picumnus fluvescens, Elaenia chilensis, etc.
Subida ao Pico do Jabre |
Cada passo mostrava um pedaço a mais do pico. A paisagem mudava cada vez que andávamos e o clima também. No final, estava tudo muito frio e neblinado mas mesmo assim, ainda avistamos várias aves, inclusive uma de grande estima: a Águia-chilena (Geranoaetus melanoleucus). Ela pairava nas nuvens e parecia esquivar-se das nossas câmeras. Tentamos várias vezes alguma fotografia, mas ela majestosa sumiu em meio as nuvens.
Geranoaetus melanoleuveus |
A natureza se mostrava viva e sagaz! Tudo parecia novidade inclusive os Euphonias e Tangaras que vimos no caminho. Pouco tempo depois, avistamos o que parecia (e realmente era) o topo!
Lá, pude notar que a presença do homem já fora marcada. Mas isso não impediu que eu contemplasse tamanha beleza e magnitude do gigante do Sertão que é o Jabre. Até no topo haviam Tizius (Volatinia jacarina). Não houve um minuto sequer que a presença das aves não fosse marcada. Elas eram abundantes, atentas e claro, cantantes! O som das aves era presença viva naquele lugar e isso me animou de uma forma bem compreensível. Mais animador ainda foi encontrar um Hirundinea ferruginea cançando. O bicho parecia um míssil! Voava de um galho, pegava um insto (minúsculo) com uma velocidade que surpreendeu quem o observava e depois voltava ao mesmo galho onde estava anteriormente.
Chegando ao topo, os grupos se reuniram. Agora os dois grupos desceriam pela trilha pavimentada. Pareceu mais fácil do que a trilha anterior, porém, o grau de inclinação do pico fez doer os pés de muita gente. Mas isso foi esquecido quando parávamos para admirar o local.
O Jabre é alvo de estudos e muitos pesquisadores apontam que ele não é apenas um dos pontos mais altos do Nordeste, como também, é um resquício de Mata Atlântica no meio da Caatinga! Isso ficava visível nas paisagens e na fauna. Imaginem beija-flores e aves predominantemente deste e bioma bem tropical em meio a um semi-árido! Imaginaram? Pois bem. Devem estar imaginando o que eu imaginei na hora: incrível
Descendo o Pico do Jabre |
Antes de chegarmos ao fim da trilha, eis que novamente a Geranoaetus melanoleucus se mostra e permite fotos! Estava tão alto que era difícil enxergar. Era necessário um zoom absurdo para conseguir detalhes, mas consegui algumas singelas fotografias, simples, mas de extremo valor simbólico.
Ao cumprir toda a agenda de horários da manhã, voltamos ao Casarão do Jabre para o Café e depois tivemos um merecido descanso. A tarde, atrações novas estavam por vir, entre elas, oficinas de música e pintura com crianças. Nesta eu faltei. Me descuidei e perdi a hora! Mas foi um sucesso e eu acabei conseguindo mais fotos de aves durante este intervalo de atividades que tive. A conscientização foi trabalhada como tinha que ser e uma semente foi plantada nos possíveis futuros observadores da natureza!
Depois disso, ocorreram ainda algumas atividades, conversas entre amigos e etc. O dia correu de uma forma fluente e nada desgastante, pois foi de extremo aprendizado.
Este é o primeiro relato! Outros virão! Tenho mais dois dias de eventos vivenciados para narrar!
Obrigado pela leitura!!!
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